Din que o Camiño engancha e debe de ser certo, porque hai centos de exemplos de peregrinos que repiten. Como o xornalista portugués Carlos Ferreira, da localidade de Leiria. No 2017 foi protagonista por ser o primeiro peregrino en facer en solitario o Camiño da Geira e dos Arrieiros. Entón, ao pasar pola Estrada, foi recibido con honras polo entón alcalde, José López; o presidente da Academia Xacobea, Jesús Palmou, e varios membros do colectivo Codeseda Viva, que lle descubriron os segredos da igrexa románica de Codeseda.
Oito anos despois daquela aventura, Ferreira —que no 2023 volveu á Estrada para recoller o premio Abadesa Mariana á promoción do Camino— regresou ao municipio a pé, esta vez polo Camiño de Ignacio Taverneiro. Tras un prólogo de Porto a Braga, o xornalista enlazou coa nova vía en despegamento. O venres saíu de Salvaterra e o domingo chegou a Codeseda e aproveitou a súa estancia no municipio para coñecelo algo máis. A noite do luns pasouna no albergue de Couso. O martes rematou en Compostela xunto a dous amigos de Pontevea que completaron el el esta última etapa.

Estes son os seus comentarios publicados no Facebook:
Dia 6 de junho – 28 km – (Monção – Paróquia de Paredes)
Dormida: Residencial As Pontes – Almoço: idem – Jantar: bar da Ass. Vizinhos de Angoares
Primeira etapa no Caminho Taverneiro, que segue ao longo do rio Tea, depois de um início à beira Minho. É um trilho em terra batida, umas vezes mais uma via pedonal, outras mais rural, sem nenhum grau de dificuldade e sempre plana. Sempre ao som do rio, dos pássaros e debaixo das árvores que formam túneis verdes. É como uma rota da água envolta pelo verde das margens. Um agradável passeio. Até tive tempo para tentar apanhar uma toupeira tantas se pressentiam, mas a ideia era só mesmo tentar e pouco, com o óbvio e bom resultado …
O trilho não está muito marcado, para preservar o ambiente da Rede Natura, mas basta seguir o rio que anda sempre a poucos metros e a margem de erro é quase nula.
Valerá a pena ficar em Ponteareas, uma cidade com pontos interessantes. As Rosquillas de Ponteareas são um doce típico, muito comum nas festas – assim fiquei a saber num breve encontro com um responsável na sede de concelho.
Dia 7 de junho – 35 km – (Paróquia de Paredes – Carbalhedo)
Dormida: Albergue municipal – Almoço: Bar San Adrián – Jantar: Bar a Chan
Lembram-se de Pias, Monção, da Foda e do Alvarinho? Pois agora digo-vos que voltei a encontrar esse guia de bem receber. É o Júlio e encontrou-me com mais quatro amigos no bar de Carbalhedo! Também estão a fazer o Taverneiro, de bicicleta. O albergue que era exclusivo meu ficou lotado, e o jantar e as conversas – o melhor do caminho – são fáceis de imaginar. Haverei de voltar a elas.
Quanto ao caminho, tirando um troço maior de alcatrão antes e depois de Ponte de Caldelas, é, sobretudo, composto por trilhos, estradões e estradas antigas pelo meio do campo e das serras, e de pequenos povoados. Uma nota, porque traduz bem a amabilidade das gentes: em ambos os bares fui muito bem recebido e com toda a simpatia. O San Adrian tem o melhor hambúrguer do mundo e o Chan é também de uma simpatia de registar.
Este um caminho verde, muito bonito, pelo meio de florestas e bosques. É mais acidentado que a etapa anterior, mas sem grande dificuldade. É uma etapa muito diferente da anterior. Sinalização boa, é preciso atenção à manutenção dos caminhos porque a natureza os reclama todos os dias, mas isso é óbvio.
Dia 8 de junho – 26 km – (Carbalhedo – Codeseda)
Dormida: Albergue público – Almoço: Bar Caminho da Geira – Jantar: idem (Yes! Ganhámos! 🙂)
Mais uma vez o importante não foi apenas o caminho físico. Esta etapa é semelhante à anterior, ou seja, por trilhos e caminhos antigos, sob árvores ou ladeados por elas, com património valioso desde os romanos. Um pouco mais exigente fisicamente mas nada que não se faça. Algum alcatrão, mas a maioria em estradas secundárias sem trânsito. Espantoso é encontrar cavalos e vacas no meio dos caminhos, no seu ambiente. Nunca se esqueçam de fechar os portões. Com o gado é preciso algum cuidado, mas com naturalidade e sem gestos bruscos passa-se sem problemas. Os animais afastam-se.
Mas, mais importante: o Luis Ferro, historiador e amigo do caminho de Santiago, teve a paciência de me mostrar o Pazo da Oca (A Estrada), que é impressionante e belo e acompanhou-me todo o dia. Até fomos ao bar da associação de vizinhos de Pedre agradecer a amabilidade de Lori. Sobre o Bar Caminho da Geira – é da Geira e isso significa muito. Não parar aqui é pecado 😇🙂 ainda por cima vejam bem: quando cheguei, tinha à minha espera os companheiros de Pias, Monção! Eles chegam de bike, mas por pouco não lhe dei um… bigode a pé! 😜😂
Dia 9 de junho – 23 km – (Codeseda – Pontevea)
Dormida: Albergue privado rectoral do Couso – Almoço: Bar Pernas – Jantar: particular
Esta etapa coincide com o Caminho da Geira. É plana, com bosques e pequenas estradas secundárias pelo campo. Está bem sinalizado. O património monumental também se destaca. O albergue de o Couso tem um potencial enorme, com espaço interno e externo muito interessantes, condições para ser dos melhores. O Pedro anda a ver se põe tudo como um brinco o quanto antes!! E encontrei outro amigo de 2017, o primeiro ano da vida do Caminho da Geira, o Isidro Pernas – que nada divida o que o caminho juntou, a amizade
Dia 9 de junho – 23 km – (Pontevea – Santiago)
Mais uma missão cumprida com sucesso —>